Pai
Toma minhas mãos,
que são parte da obra que
Tu assinaste: eu mesmo.
Olha as linhas que são os traços
do meu destino e reforma-as
na medida do meu merecimento.
Olha minhas digitais que indicam
não haver ninguém igual a mim,
o que prova a Tua originalidade ...
... examina-as e julga os crimes
que porventura eu tenha cometido.
Pai
Vê nas minhas mãos
o histórico das minhas doações e até
que ponto elas foram válidas.
Vê também o histórico de tudo
o que recebi e julga se sou
suficientemente grato.
Pai
Nas minhas mãos estão as marcas
dos serviços prestados ...
vê se trabalhei e tenho trabalhado
da forma que Tu aprovas.
Vê quantos foram os toques de afeto
e de agressão e apresenta-me o saldo.
Julga as palavras escritas em meu diário
de alegrias e de aflições.
Pai
Vê os apertos de mãos que já dei,
os acenos de adeus e
os sinais de "sim" e de "não.
Estão sob Teu juízo minha
honestidade e minhas dores.
Pai
Toma minhas mãos ...
Sente como se através delas
o meu coração falasse.
Diz se posso olhar-Te nos olhos
ou com elas esconder a minha face.
(LOURDES)
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